UGC creator: transformando o “menina, testei e amei” em profissão 

Ser criador de conteúdo virou o sonho da geração TikTok: todo mundo quer produzir vídeos que viralizam mais rápido do que fofoca de BBB.  

Mas nem só de dancinhas e trends vive o universo digital. No meio dessa avalanche de posts, um personagem tem chamado atenção das marcas (e dos algoritmos): o tal do UGC creator. 

UGC é abreviação de User Generated Content, ou seja, conteúdo gerado pelo usuário.  

O UGC creator é quem domina essa arte, produzindo conteúdos que parecem naturais, autênticos e “zero publi”, mas que na real são estrategicamente planejados para marcas. 

Mas afinal, o que diferencia esse profissional de um influenciador comum? Quanto ganha essa galera que transforma unboxing em profissão? E será que é fácil virar UGC creator ou a gente tá só caindo em mais um hype da internet? 

Pega seu café (ou chá, não julgamos) e fica com a gente. Vamos explicar tudo sobre essa nova categoria de creators que tem movimentado a economia digital. 

Um UGC creator é um profissional especializado em criar conteúdos autênticos e naturais para marcas, mostrando a experiência espontânea de um consumidor comum. 

Na prática, é aquele perfil que você nem sabe que existe, mas já assistiu a vários conteúdos dele por aí, nas redes das marcas. Muitas vezes, um usuário comum, encontrado na própria base de clientes da marca. 

O UGC creator pode até não ter seguidores suficientes para lotar um estádio, mas é quem domina a arte de criar vídeos e fotos que têm cara de conteúdo espontâneo, mesmo que nos bastidores tudo seja estrategicamente planejado. 

Sabe aqueles vídeos estilo “comprei e testei” ou “veja minha reação sincera”? Pois é, grandes chances de ser um UGC creator em ação.  

Para Rafael Kiso, CMO da mLabs, a ideia é aproveitar-se da própria base de clientes para utilizar a estratégia. 

A ideia do UGC creator é você criar um programa que transforme clientes em nanoinfluenciadores

(Rafael Kiso)

A diferença principal é que o UGC creator produz conteúdos diretamente para serem usados pelas marcas, sem precisar de audiência própria. Já o influenciador digital utiliza seus próprios canais e seguidores para compartilhar conteúdos e influenciar comportamentos e decisões. 

Para se tornar um UGC creator, não é necessário um vasto número de seguidores, muito menos um perfil nichado. Também não é preciso ter uma câmera profissional ou conhecer ferramentas avançadas de edição (apesar de ser recomendado). A ideia é trazer experiências a partir de um cliente real. 

Pense assim: enquanto o digital influencer é o protagonista famoso, aquele que está sempre nos holofotes e recebe comentários apaixonados do tipo “nunca errou!”, o UGC creator é mais como o “dublê de cenas perigosas”.  

Você talvez não veja seu rosto com frequência, mas é ele que garante que as marcas tenham conteúdos autênticos, do tipo “pessoa comum testando o produto”.  

Ele não precisa conquistar milhares de seguidores, só precisa convencer as pessoas de que é real, oficial e sem filtro. 

UGC (User Generated Content) é o conteúdo gerado espontaneamente por usuários comuns na internet, sem qualquer planejamento prévio ou intenção comercial.  

Já o termo UGC creation refere-se à criação estratégica e profissional de conteúdos que têm o mesmo estilo autêntico dos posts espontâneos, porém são encomendados e remunerados por marcas. 

Em outras palavras: o UGC “raiz” é aquele vídeo caseiro da tia empolgada com a nova fritadeira elétrica ou o stories do seu amigo falando bem de um restaurante que ele curtiu, totalmente sem intenção de virar propaganda.  

Já o UGC creation é aquele conteúdo que parece feito pelo consumidor comum, mas, na verdade, foi planejado, roteirizado e pago pela marca.  

Aqui, a missão do criador é manter a espontaneidade e fazer você acreditar que foi tudo natural, tipo um reality show bem-produzido: você sabe que tem roteiro, mas parece real o suficiente para assistir até o final. 

O UGC creator produz conteúdos autênticos, com cara de usuário real, especificamente para marcas divulgarem em suas próprias redes sociais ou campanhas digitais.  

Seu trabalho pode incluir vídeos de reviews, unboxings, tutoriais, demonstrações de produtos e até depoimentos que simulam experiências reais. 

Na prática, esse profissional é quase um ator dos tempos modernos, só que, em vez de aparecer em séries da Netflix, seu palco são os feeds das marcas.  

Ele precisa ser um mestre da espontaneidade (mesmo que tudo tenha sido roteirizado com detalhes) e ter aquela habilidade rara de fazer você acreditar que realmente acabou de abrir um produto pela primeira vez. 

Suas atividades principais envolvem: 

• Planejamento de conteúdo: definir quais formatos e estilos funcionam melhor para cada produto ou marca, alinhando a comunicação ao objetivo desejado; 

• Criação de roteiro: escrever scripts detalhados para vídeos e textos que simulem uma experiência natural e verdadeira, como se fossem feitos por um consumidor real; 

• Gravação e produção: captar imagens e vídeos utilizando técnicas profissionais, porém mantendo sempre uma aparência caseira e autêntica; 

• Edição de imagem e vídeo: editar o conteúdo captado para garantir fluidez, qualidade e coerência com a mensagem desejada pela marca; 

• Prospecção de marcas: pesquisar e entrar em contato com empresas que possam ter interesse em conteúdos do tipo UGC, oferecendo seus serviços de forma personalizada; 

• Estudo de tendências: acompanhar as trends e novos formatos das redes sociais para adaptar e otimizar a criação dos conteúdos; 

• Análise de público e produto: estudar o público-alvo e o posicionamento do produto para criar materiais que gerem identificação imediata; 

• Gestão de projetos: organizar cronogramas, entregas e processos para garantir que o conteúdo esteja pronto dentro do prazo combinado com a marca. 

Contratar um UGC creator é como ter um aliado nos bastidores: ele entrega conteúdo espontâneo. 

Isso ajuda as marcas a se conectarem com o público de forma mais natural, sem aquele ar de “anúncio tradicional”. 

Uma das maiores vantagens está na autenticidade. Como o UGC creator se apresenta como um consumidor comum — sem superproduções, sem cenário de novela — os vídeos e fotos geram mais identificação e confiança. 

UGC creators são ‘consumidores profissionais’ que são contratados para fazer conteúdo para marcas (...) Em todos os testes, têm uma performance superior em termos de taxa de conversão

(Rafael Kiso)

Esses criadores são, em sua maioria, usuários “normais”, sem perfil de influenciador. Isso é ideal para marcas que querem chegar mais perto da vida real do seu público.  

Pense numa marca de achocolatado, por exemplo, voltada para o público C.  

O que funciona melhor: um vídeo feito num estúdio gourmet, com iluminação de cinema e copo de vidro requintado, ou uma cena gravada na cozinha simples de casa, com azulejo antigo, copo de requeijão e aquele barulhinho de TV ligada ao fundo?  

É esse tipo de cenário real que transmite verdade e gera identificação. É como se o consumidor pensasse: “poderia ser eu nesse vídeo”. 

Outra vantagem é o custo. Em vez de investir em grandes produções ou campanhas com influenciadores de alto cachê, as marcas conseguem escalar conteúdo com uma produção mais acessível. 

E tem mais: os UGC creators trabalham sob demanda, o que facilita testes rápidos, criação de variações para anúncios e adaptação para diferentes canais, como TikTok, Reels ou YouTube Shorts. 

Como um UGC creator ganha dinheiro? 

Um UGC creator ganha dinheiro produzindo conteúdos personalizados para marcas utilizarem diretamente em suas próprias redes sociais, sites ou campanhas publicitárias.  

A remuneração varia conforme o acordo com cada empresa e pode incluir diferentes formatos. 

As principais maneiras de monetizar o trabalho de UGC são: 

• Venda de conteúdo avulso: receber pagamentos por vídeos, fotos ou textos produzidos individualmente; 

• Pacotes mensais ou recorrentes: ganhar um valor fixo mensal para entregar conteúdos regulares; 

• Projetos personalizados: fechar contratos específicos para campanhas ou lançamentos pontuais de produtos ou serviços; 

• Royalties: obter ganhos recorrentes com base no desempenho do conteúdo (exemplo: percentual sobre vendas geradas); 

• Licenciamento de conteúdo: vender os direitos de uso do material produzido para que marcas utilizem livremente em múltiplas plataformas; 

• Marketing de afiliados: criar conteúdos recomendando produtos específicos e receber comissões sobre cada venda ou cadastro realizado a partir do link compartilhado. 

Ou seja, um UGC creator transforma conteúdos que parecem genuinamente espontâneos em diversas fontes de renda. 

O valor que um UGC creator ganha varia bastante, mas em geral costuma ficar entre R$ 100 e R$ 1.500 por conteúdo produzido, dependendo da experiência do profissional, da qualidade do material entregue e da marca contratante. 

Na prática, o pagamento é influenciado por diversos fatores: 

• Experiência do profissional: creators iniciantes geralmente cobram valores mais baixos, enquanto profissionais com portfólio sólido conseguem negociar valores maiores; 

• Complexidade do conteúdo: vídeos mais elaborados, com roteiro, edição avançada e maior qualidade audiovisual tendem a valer mais; 

• Tipo e formato do conteúdo: vídeos curtos e simples têm valores menores, enquanto conteúdos mais longos ou específicos, como reviews detalhadas e tutoriais complexos, são mais valorizados; 

• Exclusividade e direitos de uso: quanto maior a exclusividade que a marca exige sobre o conteúdo, maior tende a ser o valor cobrado; 

• Periodicidade e contratos de longo prazo: contratos recorrentes ou pacotes mensais geralmente são mais vantajosos, pois oferecem previsibilidade financeira. 

Se você está decidido a entrar no mundo dos UGC creators, é hora de se organizar para garantir que seu conteúdo seja tão bom quanto os reels que prendem você às 2 da manhã.  

Não basta apenas ter um celular e criatividade. Existem etapas essenciais para transformar sua produção de conteúdo em uma carreira rentável. 

Veja os passos principais a seguir. 

Antes de começar, você precisa estudar o mercado e entender profundamente o que funciona e o que não funciona no universo UGC. Algumas dicas práticas: 

• Consuma muito UGC: maratone vídeos, reels e posts de sucesso, prestando atenção nos detalhes que fazem esses conteúdos serem tão engajadores; 

• Escolha um nicho: identifique temas ou produtos que você gosta ou entende bem. Nada pior do que fingir interesse por algo que você não suporta, né? 

• Analise marcas e concorrentes: observe quais conteúdos mais bombam entre as marcas que você admira. Avalie a frequência das publicações, os tipos de vídeos e tente encontrar brechas ou formatos ainda pouco explorados. 

Não precisa ter o estúdio do Christopher Nolan, mas alguns equipamentos são fundamentais pra começar: 

• Celular com boa câmera: o básico que você precisa já está no seu bolso; 

• Tripé e estabilizador: para evitar vídeos com cara de filme de terror tremido; 

• Iluminação: uma ring light ou luz natural bem aproveitada já resolve muita coisa; 

• Microfone: áudio claro faz toda a diferença no resultado final. 

Mas lembre-se: a intenção aqui é justamente mostrar-se como um usuário comum. Muitas vezes, o excesso de capricho pode trazer a impressão de publipost. 

Uma boa edição transforma vídeos comuns em conteúdos dignos de viralizar. Não precisa virar especialista, mas dominar apps básicos é essencial: 

• Aplicativos fáceis: CapCut, InShot, Canva, ou Adobe Premiere Rush são grandes aliados; 

• Identidade visual: crie um estilo consistente nas edições, deixando seu conteúdo reconhecível e mais atraente para as marcas. 

Seu portfólio será sua vitrine para atrair marcas. Monte um perfil profissional com: 

• Vídeos demonstrativos; 

• Fotos em diversos formatos; 

• Exemplos de diferentes tipos de conteúdos; 

• Diversidade de produtos, mostrando sua versatilidade. 

O mídia kit é aquele documento que vai te apresentar profissionalmente para as marcas. Ele precisa conter: 

• Breve descrição sobre você e seu estilo; 

• Exemplos de conteúdos já produzidos; 

• Nichos e segmentos com os quais você trabalha melhor; 

• Valores e formatos de trabalho; 

• Formas de contato (e-mail, redes sociais, WhatsApp). 

Criar um mídia kit profissional vai te destacar na hora de negociar com as marcas. 

Criar conteúdos incríveis é só metade do caminho. Para se destacar como UGC creator, você também precisa aprender a arte da prospecção. Ou, como dizem nas redes sociais, “dar o famoso close certo” com as marcas. 

Algumas estratégias para prospectar clientes são: 

• Redes sociais: não seja tímido: interaja com marcas, comente nos posts, curta publicações, e envie DMs apresentando seu trabalho e mostrando interesse genuíno em colaborar; 

• Contato direto por e-mail: pesquise contatos de marcas e envie propostas personalizadas, mostrando que você conhece o produto e como seu conteúdo pode beneficiar diretamente a estratégia da empresa; 

• Plataformas especializadas: cadastre-se em marketplaces e plataformas que conectam creators e marcas, como a Creators.llc, aumentando sua visibilidade e facilitando o fechamento de parcerias; 

• Eventos e networking: participe de eventos digitais ou presenciais relacionados ao universo digital e marketing de influência, como webinars e workshops, para ampliar sua rede de contatos profissionais; 

• Grupos e comunidades: faça parte de comunidades no Telegram, WhatsApp ou Discord que reúnem profissionais e marcas buscando parcerias. Além de ficar por dentro de oportunidades, você aprende com outros creators experientes. 

E lembre-se: prospectar não é só mandar mensagem aleatória pedindo jobs. Mostre valor, ofereça soluções reais e seja persistente.  

Quanto mais bem feito seu conteúdo (e sua abordagem), mais fácil será conquistar clientes fiéis. Afinal, é como dizem: quem não é visto não é lembrado! 

O universo do UGC tem crescido muito por aqui. Com ele, surgem criadores que se destacam justamente por produzir conteúdos com cara de “vida real”.  

Nada de roteiros engessados ou estúdios perfeitos. A força está na naturalidade e na conexão genuína com o público.  

Abaixo, conheça alguns nomes que estão fazendo a diferença nesse cenário. 

Ana Luiza é uma criadora de conteúdo de Belo Horizonte, Minas Gerais, com foco em estilo de vida, nutrição e fitness.  

Publicitária de formação, ela compartilha dicas de alimentação saudável, rotinas de exercícios e insights sobre bem-estar, sempre com uma abordagem autêntica e próxima de seus seguidores. 

Rafaela é uma das pioneiras no cenário de UGC no Brasil, focando em lifestyle e exemplos de conteúdo gerado pelo usuário.  

Ela demonstra como criar conteúdo autêntico para marcas, mesmo sem possuir uma grande base de seguidores, e oferece insights valiosos para quem deseja ingressar nesse mercado. 

Anne é conhecida como “Barbie profissões”. Seus conteúdos abordam temas como moda, representatividade e estilo de vida, destacando-se pela autenticidade e diversidade. 

Seguindo esses exemplos, você consegue captar melhor a essência do trabalho do UGC creator, que une autenticidade a estratégias criativas para garantir resultados reais para as marcas. 

O mercado de UGC creators não para de crescer e já está mostrando que veio pra ficar. A combinação entre criatividade e estratégia vem se tornando uma das maiores apostas das marcas, que buscam conteúdos capazes de gerar identificação imediata com o público. E claro, muitas vendas. 

Se você quiser dar um passo além na sua jornada como UGC creator (ou encontrar ótimas oportunidades de parcerias), que tal experimentar a mLabs?  

Afinal, criar conteúdo já é bom, mas criar conteúdo que funciona e gera resultado é melhor ainda. Bora experimentar? Clique aqui e teste gratuitamente a mLabs!